Eu não sei fazer textos programados e/ou encomendados, mas falar sobre quem eu
amo eu sei. Então ficou mais fácil.
Eu tenho uma família de verdade: meus
pais e meus irmãos ainda saracoteiam pelo mundo e estão comigo rotineiramente. A
gente briga, a gente se desentende, a gente grita muito, quebra o pau e,
passados cinco minutos, continua conversando e rindo como se nada tivesse
acontecido. Tenho orgulho de viver numa família assim, verdadeira e nada
rancorosa. Tenho orgulho de poder dizer que somos absolutamente francos uns com
os outros, sem mistérios, sem segredos que não possam ser divididos. E é assim:
quem faz coisa errada, houve os esporros dos outros, numa reunião do conselho
familiar, mas também sabe que ali estão justamente as pessoas com quem poderá
contar sempre. Minha mãe diz que se orgulha dos filhos que ela criou. É que no
momento de precisão mesmo, no momento do pega para capar, a gente mostrou que
segura a onda, nós três mostramos isso. Pai, Mãe, My, Will: eu amo vocês!
Aí, você vai e forma uma família para si. Ama alguém loucamente, ama de um jeito
tal, que é como se a pessoa fosse parte do que você é. Ama de um jeito que se
reconhece no outro, se mistura com ele, passar a ser dois, parecendo ser um só. Você vê, nos sonhos dos dois, a mistura perfeita e na
proporção exata daquilo que você é com aquilo que quem você ama é. Você passa a
entender a vida, a perceber porque a gente está nesse mundo caótico. Você passa
a extravazar de amor, como se ele simplesmente deixasse de caber dentro de si. O amor transforma o casal e, como eu sempre digo, dá um nó cego na
relação. E, por mais que a vida pregue surpresas absurdas e tenha puxado meu
tapete no momento em que tudo se encaminhava para a paz que eu sonhei ter, eu
sei - e acredito que todo mundo saiba - reconhecer o que foi vivido. Sei também
que o simples fato de ter vivido esse amor fez a minha existência ter valido a
pena. Não ficou nada por dizer, nada por fazer. Meu coração é seu Dudu: amo você !
E pensando nessas pessoas, pensando no objetivo último dessa blogagem coletiva,
eu chego mais uma vez à conclusão que eu mais repeti até aqui, a maior lição que
tirei do pior momento da minha vida. O mais importante nesse mundo não é aquilo
que se tem, mas QUEM se tem. O mais importante nessa vida não é fazer grandes
coisas, descobrir a cura de uma doença até então incurável, fazer uma grande
descoberta científica, escrever um tratado publicado e traduzido em diversos
países, acumular bens e fazer fortuna. Não, gente. Não é nada disso. O mais
importante nessa vida é estar ao lado de quem a gente ama, e poder, vezenquando,
transformar a vida das outras pessoas com pequenos gestos de amor e doação.
Porque o que a gente tem de melhor é o que carrega dentro de si, é o que escapa
no olhar, é a ternura dos nossos beijos, é o carinho dos nossos abraços. E isso
não há nada no mundo que possa substituir. A gente só vive de verdade quando ama
e se doa para alguém, para os outros, por uma causa. E amar, assim como ser
feliz, exige coragem.
Coragem, meus queridos! Coragem!