sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fim.


Como é complicado quando a gente ama. 

A gente doa tudo que tem e fica à mercê de um mundo desconhecido. 
Por diversas vezes falei pra mim mesma que estava na hora de parar de doar meu coração tão facilmente. Falei, falei e falei que precisava corrigir esse erro pra não sofrer novamente e adivinha? Sempre tenho que curar a ferida da próxima decepção! 
Meu coração é burro e minha consciência não gosta de mim. E não adianta tentar mudar as coisas, meu coração não corresponde aos meus comandos e minha consciência trabalha a favor de me ferrar mesmo... 
Me vejo diante de um novo dilema e, sinceramente, não sei nem se posso dar o próximo passo sem achar que isso irá me fazer sofrer mais do que já tenho sofrido. 
Eu não consigo chegar a uma conclusão que é tão óbvia! 
Na verdade, eu não quero reconhece-la.
As respostas das minhas tão grandes dúvidas estão escancaradas diante de mim, mas eu não quero pega-las. Eu não quero admiti-las! 
A gente nunca vai dar certo junto, eu sei. 
Embora a gente tenha tentado de todas as formas possíveis nos encaixarmos, não rolou o "impit" como já ouvi alguém dizer. 
Queria que tivesse dado certo, que o amor fosse maior que as diferenças, que nossos planos fossem tão intensos e bem  sonhados que nos servissem de alicerce para a vida à dois. Acreditei por todo esse tempo que daria para aceitar, embora não sem um pouco de questionamento; eu admito, que o quanto a gente é diferente seria empolgante pra estar junto. 
Eu sonhei com uma casa colorida, cheia de flores e crianças. Com cachorros, gatos, papagaio e afins fazendo barulho na manhã de domingo. 
Tá, eu sei que é clichê dizer tudo isso agora, mas é que aqui dentro tá doendo pra caramba. Sei também que tudo isso não importa pra você e não vai te fazer mudar de ideia. 
Puts! Eu quis tanta coisa! 
Quis te acordar no seu aniversário com um café na cama e te dar de presente o meu amor. Tão doce e tranquilo. Quis fazer amor com você em todos os cantos daquela casa que estávamos construindo juntos. Quis dançar com você naquela sala depois de um bom vinho e uma comida leve feita por nós dois. Quis dormir no seu peito e me sentir acalentada sabendo que estávamos protegidos assim, ali. Eu quis entrar naquela igreja e dizer um sim bem suave no seu ouvido e olhar pra quem amamos e perceber em seus olhares o quanto eles sonharam aquilo com a gente. Quis viajar com você pra qualquer lugar do mundo e tirar fotos felizes pra contar histórias aos nossos netos daqui 20 ou 30 anos. Quis gestar um filho seu e dividir o momento dia após dia, e ver em seus olhos o brilho de saber que a família cresceu e nunca mais estaremos sós. Quis te ver ninar essa criança e adormecer junto à ele, crente de que seu colo é tão protegedor que só ali ela estará segura.
Eu sonhei tanta coisa. Eu quis, e quis, e quis ..
Mas eu quis tudo sozinha. E sozinha nada disso poderá acontecer.
Não mais agora. Agora é só você, agora é só eu.
E cada um com o seu caminho, o seu plano, o seu sonho, a sua decisão.
Acreditei que nunca diria isso. Que nossa história teria começo, mas nunca teria fim.
Mas teve.

Fim.

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